domingo, 21 de junho de 2009

A Amiga foi a banhos...

...e descobriu uma bonita metáfora para partilhar.

"As mulheres são como as ondas do mar: algumas grandes, outras pequenas. Algumas fortes, outras mais fracas. Umas enrolam-nos até à areia, outras passam-nos por cima, outras por baixo, outras nem sentimos e passam-nos ao lado, rebentando em cima da pessoa que estava uns metros mais à nossa esquerda. Algumas queremos subir, outras queremos atravessar. Umas permitem-nos um banho relaxado, enquanto que outras nos embalam, e outras ainda nos dão algum trabalho. Umas ondas levam-nos até à praia, outras afastam-nos da praia e outras ainda são tão grandes que nós apenas mergulhamos e deixamos que elas passem. Mas, geralmente, não dá para andar na praia, num dia de calor, olhar para a água e não querer dar um mergulho. É verdade... as mulheres são como as ondas do mar: monte-as."

Relembro que podem enviar as vossas questões para o Consultório da Amiga, através do mail oblogdaamiga@gmail.com

Um beijinho

terça-feira, 16 de junho de 2009

Lapso

Sabem quando algo vai mal quando olham para este objecto, numa prateleira da FNAC


e lêem "Um Cesto Lésbico".

Um beijinho

segunda-feira, 15 de junho de 2009

O consultório da Amiga

Aproveitando que CAI A MAIOR CARGA DE ÁGUA em Lisboa vim dizer-vos, minhas queridas, que em breve poderão ouvir e participar n'O Consultório da Amiga.

É verdade: a Amiga foi convidada para participar num podcast e contribuiu com uma rubrica sentimental. Podem enviar-me as vossas questões (sejam elas sérias ou dignas da melhor coluna da Maria) para o mail do blog. Depois a Amiga irá responder e, obviamente, irá coloca-las aqui depois de serem lidas no programa (não pela Amiga, que a Amiga é tímida e não quer a voz dela aí ao deus dará porque depois grita impropérios e as pessoas reconhecem-na).

A Amiga promete que entre conselhos perfeitamente disparatados, tentará sempre passar sabedoria.

Um beijinho e participem.

Casamento Gay

Amigas e Amigo (a Amiga vai fingir que este blog só é lido por um só homem e que o resto é tudo moças bonitas, está certo? Considerai-vos elogiadas, moçoilas! Vede como ganho pontos e ainda nem comecei o texto),

A Amiga viu a luz (e não, não foi atropelada, não teve uma experiência de quase morte) em conversa com uma amiga do Norte e percebeu que há toda uma questão a ser apresentada de forma errónea. Falo-vos do tão querido e odiado tema do casamento gay.

Até aqui, a Amiga ouvia falar nesta discussão e vinha para as ruas, cerrando os punhos e gritando a favor do casamento gay, da igualdade, dos direitos civis, da preservação do amor, e do espírito humano, e dos descontos em viagens até Espanha. E quase que espumava da boca quando alguém se manifestava contra, e sofria imenso com isso, e achava injusto, e passava-se. Agora, a Amiga acalmou e assume-se aqui pela primeira vez. A Amiga sai do armário para gritar bem alto: sou contra o casamento gay! Isso mesmo. Contra!

Isto porque a Amiga falou com a tal amiga nortenha e, tal como ela, decidiu ser contra o casamento gay e contra o casamento hetero. No fundo, decidiu ser contra o casamento, ponto. Não há papel assinado no mundo, nem copo de água em tenda branca com convidados a comer cherne ou medalhões de carne com ameixa e uma banda a tocar covers do Emanuel, que diga à sociedade "eu amo-te". Querem dizer à sociedade que amam alguém, gritem-no com toda a vossa força e orgulho. O máximo que este papel e esta festa dizem à sociedade é que: 1- os noivos sabem assinar; 2- os noivos têm um péssimo gosto porque toda a gente sabe que cherne acompanha melhor com covers da Cher (para além de que, no casamento gay se corria o risco de só se ouvir Dina, o que só liga bem com rissois... e ninguém quer ir a um casamento só pelo rissol. É o mesmo que ir a um date só pelo bife que há no restaurante).

A conversa do "o que é que faz um casamento?" levar-nos-ia longe, principalmente se eu estiver algo bebida e começar a enumerar brinquedos sexuais como resposta. Mas posto isto: contra o casamento hetero tal como contra o casamento gay! Estou disposta a fazer cartazes que digam isto mesmo e a ir para as portas das igrejas cerrar os punhos e gritar os meus ideais. Afinal de contas, se dizemos "isto já meteu água" quando algo corre mal, porque é que queremos tanto dar um "copo de água" como festa de celebração do nosso amor eterno?

Temos de pensar em tudo isto.

Um beijinho

domingo, 7 de junho de 2009

Mensagens subliminares... até hoje

Ontem a Amiga lembrou-se que tinha um pedaço da sua sabedoria para partilhar com o mundo. Se o mundo merece? Com certeza. Se é sabedoria, de facto? Há sérias dúvidas mas, apesar de não ser a América, este também é um país livre. Além disso, desde que o Obama ganhou que toda a gente pode tudo. Por isso: posso fazer um post revelando músicas com mensagens subliminares lesbianas algumas das quais bastante puxadas? Sim, posso.

1- Começamos por uma música que pode ser mais poética mas a gayzice está lá na mesma - e não apenas lesbiana. Falo-vos da música "Imagina", do Chico Buarque:

"Sabe que o menino que passar debaixo do arco-íris vira moça, vira.
A menina que cruzar de volta o arco-íris rapidinho vira volta a ser rapaz.
A menina que passou no arco era o
Menino que passou no arco
E vai virar menina!
Imagina! Imagina! Imagina!"

A referência ao "arco-íris" onde um moço vira moça e uma moça vira moço, parece-me óbvia. O que me transpõe para toda uma outra questão: será que a cultura irlandesa nos tenta dizer que no fim do arco-íris, o pote de ouro é a homosexualidade? Serão os duendes gays? Claramente são: nenhum macho mitológico se veste todo de verde e fala cantando, enquanto dança e pula alegre. Mas, sendo os duendes irlandeses as gay as it gets, como é que isto influencia os duendes do Pai Natal? Tudo bem que vestem de vermelho, mas têm um sentido de arrumação, decoração e perfeição mais apurado que o "Queer Eye For the Straight Guy". Amigas, penso que é óbvio: podemos decretar o dia 25 de Dezembro como um feriado colorido.

2- A segunda música é conhecida de muitas de vós (se não for, shame on you*) e chama-se "Gatas Extraordinárias", na voz da Cássia Eller que é a maneira mais gira:

"Será que ela quererá, será que ela quer, será que meu sonho influi
Será que meu plano a bom, será que é no tom, será que ela se conclui
E as gatas extraordinárias que andam nos meios onde ela flui
Será que ela evolui? Será que ela evolui?"

A palavra "criatura" não deixa qualquer dúvida: há que pegar aquela criatura, o que permite que boa parte da música fale apenas nos gostos e no mundo dela - da criatura. Quantas de nós não falaram já em "criaturas"? Quantas de nós não foram já "criaturas"? E, tal como a Cássia, quantas de nós não andam a tentar pegar uma "criatura"?

3- E, finalmente, para apresentar aquela que me parece ser o melhor exemplo de uma mensagem subliminar lésbica precisamos de ir à música Popular Portuguesa e apresentar-vos "A Machadinha". O que tem esta música infantil, pura e cândida de mal, perguntam vocês? Oh pobres almas puras. Pobres, pobres almas puras!

"Ah Ah Ah Minha Machadinha!
Ah Ah Ah Minha Machadinha!
Quem te pôs a mão sabendo que és minha?"

É preciso prova mais evidente?! Quem te pôs a mão?! Em quantas relações humanas é que se põe a mão, assim, hein? MAIS! Em quantas relações humanas é que pôr a mão em alguém pode despontar o ciúme demonstrado no tom de ameaça com que a música se inicia? "Ah Ah Ah" mas não é um "Ah Ah Ah" de quem se ri de uma piada! É um "Ah Ah Ah" tu estás fod#*$!
Mas "A Machadinha" não se contenta apenas com o amor feminino, ela vai mais longe e remete para outra questão social: esta música conta a história de amor de duas mulheres, onde uma é louca e possessiva e manda a outra prostituir-se.

"Sabendo que és minha, também eu sou tua!
Sabendo que és minha, também eu sou tua!
Salta, Machadinha, p'ro meio da rua!"

(pausa para contemplação da letra)

Penso, sinceramente, que não é preciso comentar mais nada.

Um beijinho

* E nunca se esqueçam disto: Shame on you! Shane on me.

sábado, 30 de maio de 2009

PÁRA TUDO!

A Amiga vai-se mudar desta cidade.

A Amiga vai para Lagos!!!!!

Talvez quando diz "que procura um sítio calmo para educar os 6 filhos" a senhora Jolie não imagine o Algarve em Agosto, nem as filas para andar na N125, nem sequer as filas para andar nos tubos do Slide & Splash! Mas só a ideia de ir à Guia, estar num restaurante e a pessoa que está na mesa ao meu lado a afinfar o dente a uma coxa de frango de churrasco poder ser esta menina, dá-me alento! Dá-me muito alento!

Um beijinho. Vou fazer as malas.

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Regressar é para heteros

A Amiga tem andado por aí e menos por aqui. A diferença é que o por aí oferece tanto como o por aqui: pouca coisa, se formos bem a ver. A Amiga tem desenvolvido teorias e pensado na vida... também aproveitou para ver vistas. No fundo, a Amiga sempre gostou de Kit Kat e por isso resolveu fazer uma pausa. E agora que o chocolate acabou, a Amiga tinha duas opções: ou continuava a escrevinhar este rebuçado cor-de-rosa ou se inscrevia no ginásio. Ora sítio gay por sítio gay, a Amiga prefere o Trumps onde também sua a dançar mas onde só paga 10 euros e não os 70 que lhe pedem no ginásio. Por isso a decisão era fácil.

Não se pode dizer que a Amiga voltou porque, para voltar, teria de ter ido durante muito mais tempo. Aliás, para voltar, a Amiga teria de ser hetero. Os casais hetero é que acabam e voltam. Casais gays são bastante mais criativos: ou acabam todos a tomar café com os actuais, os ex, os actuais-dos-ex, e os ex-dos-actuais-dos-ex; ou voltam a ser meros desconhecidos que se cumprimentam com um acenar de cabeça no meio do Bairro Alto; ou então acabam a voltar para a cama mas nunca para voltarem a acabar como casal. A Amiga não voltou porque não tem uma relação com este blog, nem com este site. Já com esta página, seria possível ter uma relação, sim. Mas, tendo em conta o calendário lésbico, por esta altura a página já estaria a viver com a Amiga e a dar palpites sobre uma eventual redecoração do quarto.

Esclarecida que estava a questão do "voltar", a Amiga resolveu sacudir o tapete, arrumar um bocadinho a sala e fazer uma limonada, caso algum visitante queira conversar.

AH! A Amiga também teve umas ideias que poderão ser benéficas à população: uma espécie de guias de auto-ajuda mas em bom e sem terem a Tyra Banks ou a Oprah a anunciarem-nos (ok, esta última parte é uma pena, compreendo, mas serão bons à mesma os ditos guias).

Por isso aqui fica a dica.
E um até breve.

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Sushi - Kyle Andrews

Uma música, é sempre bom. E se não percebem porque é que esta música aqui está, apresento, para vossa iluminação, uma parte da letra: "I'm swimming in the ocean / of pillow case blue / and I sink so deep in you / you gonna save me or not? / could we have a moment? / it feels so real" *




* Sim. É Indie e do melhor!

quinta-feira, 7 de maio de 2009

A Amiga entende a bissexualidade.

Se, por um lado, os humanos são completamente straight em alguns gostos (por exemplo: o bife ou é bem ou mal passado, etc) são também bis em muitas questões: prefiro adormecer para que lado da cama? Jantamos italiano ou nepalês?
E por sermos obrigados a decidir entre duas coisas que gostamos, às vezes cometemos um de dois erros: 1- ou intercalamos os dois gostos freneticamente, para poderos desfrutar de ambos; 2- ou tentamos conjugá-los (por exemplo, pedindo uma pizza de caril de frango com amêndoas. Estou enjoada, com esta analogia. Avancemos, então). E assim surgem (1) a bissexualidade e (2) o voyerismo e a menage. Não há nada de errado com nenhum deles. A não ser com a pizza de caril de frango, mas isso a culpa é minha. Mas há uma diferença entre bissexualidade e dubicidade. Hoje pus-me a pensar neste assunto por várias razões e o meu iPod presenteou-me com uma música da Sô Dona Rita Redshoes, que diz o seguinte: "Somebody ask your name / It could be Jack or Jane".

Ora a questão da bissexualidade compreende-se, principalmente no Verão em que muitas pessoas podem ir na rua a trocar sms's com um colega de escritório e, de repente, lhes entra um decote no olho (acreditem, são piores do que os ciscos). O que a Amiga não entende é a bissexualidade comportamental: que alguém não saiba se gosta mais de dar umas valentes beijocas numa menina ou num menino, a Amiga entende e já teve a mesma dúvida; agora que alguém não saiba dar a entender que não sabe se gosta mais de moços ou moças, já é diferente. O problema é este: não se trata de gostar do Jack ou da Jane, trata-se de ser o Jack ou a Jane.

Olhar para um/a bi e pensar "hoje estará numa de moços ou moças" é uma coisa com a qual aprendemos a viver e que pode até dar uma certa pica. Mas olhar para alguém e pensar apenas "Será bi? Não. Mas parece. Agora disse algo muito hetero. Não, calma, agora agarrou-me... Agora está a rir. Era a gozar?!" é outra completamente diferente. E estas criaturas dúbias sabem muito bem o efeito que têm em mentes gays e/ou heteros inocentes que apenas procuram uma resposta. Para quem tem a fortuna de possuir um gaydar, a resposta pode ser mais fácil mas esta situação não deixa de apoquentar: qualquer pessoa é livre de se decidir pela indecisão... mas decida-se, pá, que para ambiguidades já nos sobram termos como "TVI Informação" ou "Benfica Glorioso".

A todas as amigas ou amigos que andem às voltas com alguém dúbio e ja estejam fartos, aqui vai uma ideia: sabem que mais? A referida música continua. E reza assim: "Somebody ask your name / It could be Jack or Jane / If you don't have the clue / I'll tell you what to do"

Got it? Ah pois!

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Paper Planes - M.I.A.

Aqui fica mais uma (e sim, ouvi-a antes de ver o filme). A música dos Hot Chip desapareceu mas, assim que a encontrar de novo, ponho-a na mixed tape.


Aforismos da Amiga

Não é correcto vituperar um político dizendo que este apela às comunidades gays apenas por ser uma atitude correcta, pois pode apenas perder pontos eleitorais, uma vez que eles andam apenas a angariar novos militantes.

O futuro do país é o fufedo!

(Ai. Acabei de ter uma ideia para a linha telefónica da Manuela Ferreira Leite.)

terça-feira, 5 de maio de 2009

If You Were Gay

Mensagem para todos os amigos que estejam a viver perto da Broadway ou em Londres: Avenue Q não é só um musical com bonequinhos bonitos estilo marretas, nem tem só um bom elenco de vozes. Avenue Q é o musical mais politicamente incorrecto, socialmente condenável e pedagogicamente insultuoso que este mundo já viu - especialmente, no entender da Amiga, o mundo dos musicais com bonequinhos. Para uma night out, parece-me um bom programa, principalmente se for daquelas pessoas que em vez de querer ouvir o "Memory" ou "He's there, the Phantom of the Opera" quiser ouvir um "Everyone's a Little Bit Racist" ou "I'm Not Wearing Underwear Today". Meus lindos: diz-se por aí que se quer trazer este musical a Portugal. Traduzido.

A Amiga suspira e deixa cair os ombros em sinal de desagrado, e deixa-vos a letra do dueto entre Rod e Nicky - dois bonecos extremamente parecidos com o Becas e o Egas da Rua Sésamo (respectivamente).


If You Were Gay

ROD: Aah, an afternoon alone with my favorite book, "Broadway Musicals of the 1940s." No roommate to bother me. How could it get any better than this?
NICKY: Oh, hi Rod!
ROD: Hi Nicky.
NICKY: Hey Rod, you'll never guess what happened to me on the subway this morning. This guy was smiling at me and talking to me...
ROD: That's very interesting.
NICKY: He was being real friendly, and I think he was coming on to me. I think he might've thought I was gay!
ROD: Ahem, so, uh, why are you telling me this? Why should I care? I don't care. What did you have for lunch today?
NICKY: Oh, you don't have to get all defensive about it, Rod...
ROD: I'm NOT getting defensive! What do I care about some gay guy you met, okay? I'm trying to read.
NICKY: Oh, I didn't mean anything by it, Rod. I just think it's something we should be able to talk about.
ROD: I don't want to talk about it, Nicky! This conversation is over!!!
NICKY: Yeah, but...
ROD: OVER!!!
NICKY: Well, okay, but just so you know

If you were gay, that'd be okay.
I mean, 'cause, hey, I'd like you anyway.
Because you see, if it were me,
I would feel free to say thay I was gay
(But I'm not gay)

ROD: Nicky, please! I am trying to read.... What?!

NICKY: If you were queer, I'd still be here.
Year after year,
because you're dear to me
And I know that you
Would accept me too
If I told you today,
"Hey! Guess what, I'm gay!"
(But I'm not gay)
I'm happy just being with you.
So what should it matter to me
what you do in bed with guys

ROD: Nicky, that's GROSS!

NICKY: No it's not!
If you were gay, I'd shout "HOORAY!"
And here I'd stay
But I wouldn't get in your way
You can count on me, to always be
beside you every day,
to tell you it's okay,
you were just born that way,
and, as they say:
it's in your DNA!
You're gay!

ROD: BUT I'M NOT GAY!
NICKY: If you WERE gay.
ROD: Argh!

domingo, 3 de maio de 2009

Do Rock ao Pop

Que é como quem diz, da Shane à Dina... salvo seja (em ambos os extremos da escala).

Assim foi o Lesboa: num espaço engraçado (apesar de não ser o ISA), com gente interessante, bom ambiente e boa música (meu coração não quis acreditar quando passaram MGMT... e também Katy Perry. Maravilhoso!)

Algo me diz que daqui a 3 meses a Amiga quererá ir à próxima. O preço (15€) não é exagerado tendo em conta que oferecia duas bebidas. Qualquer bebida. Não era cá o oferecer duas bebidas desde que seja cerveja, ou sumo, ou água, como aconteceu uma vez no Casino do Estoril (nessa noite, a Amiga não queria acreditar e em sinal de protesto pediu um panaché: gastei cerveja E sumo e eles nem deram por nada, os toinos! Para verem como elas mordem. HA!)

Ora 15€ mais pobre e 2 caipiroskas depois, a Amiga passeou pelo espaço, conheceu gente, reconheceu gente, dançou e divertiu-se que era o objectivo principal. Chegou a casa às 06h30 apenas com uma pergunta na sua cândida mente: "porque é que a bebida acabou a meio da noite?" É que às 5 da manhã já só dava mesmo para pedir cerveja! Nem um panaché havia!

quinta-feira, 30 de abril de 2009

Ciclo vicioso

No que toca a saídas à noite, uma pessoa pode escolher uma de duas opções:
- um sítio de sempre, que já conhece;
- um sítio novo, de onde acabará por sair para ir a um sítio de sempre, que já conhece.
Saímos de casa porque queremos e optamos pelo mesmo sítio de sempre. Porquê? Para podermos dizer "nunca há nada de novo, caramba!". E porque é que dizemos isto? Porque precisamos de acumular um determinado nível de exaustão até darmos o murro na mesa, o grito de Ipiranga "Chega! Hoje vamos a um sítio novo!". E só vamos a um sítio novo porque sabemos que, em 70% dos casos nos vamos arrepender, e precisamos disso para voltarmos a querer ir ao mesmo sítio de sempre. É um ciclo vicioso e a maneira como o mundo gira. Se Galileu vivesse nos dias de hoje, ele próprio teria afirmado tal raciocínio! Não é só a rotação e a translação, há também a sistematização! Se Galileu fosse ao Bairro Alto todas as sextas, sairia do interrogatório que os fofinhos da Inquisição fizeram dizendo "Ela mexer, mexer, até mexe... mas empurra-me sempre para o Clube da Esquina".

Os meus sítios do costume são 3 ou 4 locais do Bairro. Os circuitos são conhecidos e assim se salta, semana a semana, o calendário. Depois há as experiências. De todas as que já fiz, destaco uma que começou com uma Timeout que referia um bar lésbico que não conhecíamos. Foi assim que descemos as escadas do Memorial, que de memorável só teve o chapéu de cowboy do barman. Ora pensem comigo: tratando-se (prova A) de mim e (prova B) de um bar lésbico, o que é que está de errado nesta frase? Exacto! "Chapéu", "cowboy" e "barman"! O que havia de mais interessante em todo o bar envolve três palavras masculinas!! Isto é mau marketing!

Ora ou a Amiga teve muito, muito, muito (MUITO) azar na noite que lhe calhou, ou então a caipiroska que bebeu foi, de todo, insuficiente para entrar no espírito. E olhem que a Amiga levou amigos! Mas tirando barmen, dj e um casal enamorado de duas senhoras (enamorado por uma amiga aqui da Amiga mas, ainda assim, enamorado), éramos os únicos presentes no recinto. Depois desta saída, os sítios de sempre não foram postos em causa durante bastante tempo. Mas agora estamos de novo a entrar na fase em que queremos soltar as amarras que nos prendem aos mesmos locais! Queremos, de novo, partir à descoberta, vasculhar esse mundo em busca de novas bebidas, novos porteiros, novas cores, novos ritmos bailando no lusco-fusco de novas luzes, com novas caras e novos números de telefone! Queremos novos espectáculos, novas mesas e cadeiras! E, desta vez, queremos ir até aos arredores!

E iremos, ou não estivéssemos nós fartiiiiinhos dos mesmos sítios de sempre.

O problema é se, nesta nossa busca, encontramos um cantinho novo que se torna num cantinho de sempre... aí está tudo estragado. Ai, ai. Ela mexer, mexer, até mexe... mas às vezes é pequena de mais!

Desabafo

A Amiga quer ir aqui e os amigos vão todos para fora, neste fim-de-semana.

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Ready For The Floor - Hot Chip

Aqui fica a primeira sugestão estilo "Música de Lençóis" deste blog.*
À medida que for acrescentando mais, a playlist desta garrida mixed tape irá aumentando também. Podem criar a vossa própria playlist aqui.



* "Música de Lençóis" deveria ser um estilo musical tão reconhecido como Rock, R&B, Indie, Trip-Hop, Metal ou Full House (desculpem, este último é do poker). Por este estilo entendam-se músicas com ritmo, letra ou envolvências muito próprias que ouvimos e ou nos dão ideias criativas para actividade lúdicas que envolvam lençóis, ou então que nos fazem dançar (e toda a gente sabe o que é que se diz da dança). As músicas dependem de cada um mas de vez em quando vou mostrar algumas de que gosto... E não, não quer dizer que se ouvir isto numa discoteca salto para cima de alguém. Por quem me tomam? Acalmai essas mentes, por favor!

terça-feira, 28 de abril de 2009

Mamas ou Maminhas?

Por vezes a Verdade do mundo revela-se à frente dos nossos olhos e é nessas ocasiões que devemos saber olha-la e reconhecê-la. Falei-vos ontem de uma questão: maminhas e pilinha. Para vos explicar esta teoria é necessário aborda-la do seu ponto de vista mais sério e do seu ponto de vista mais comum.

Comecemos pelo primeiro, ao qual poderemos chamar a Esfera Filosófica de Maminhas ou Pilinha. O uso do diminutivo é uma das provas mais irrefutáveis da existência de uma relação entre o sujeito A que profere a palavra e o sujeito B, dona ou dono dos atributos mencionados. A diferença coloca-se, portanto, no tipo de relação entre A e B e o que C (as maminhas, a pilinha ou outro aspecto físico a salientar) representa para ambos. Supondo uma relação saudável, com cumplicidade, comida partilhada e todas essas questões que fazem duas pessoas serem um casal, dizer "mostra-me cá essas maminhas" não só é amoroso como sexy. Pessoas estranhas não têm maminhas. Isso seria ridículo! Pessoas estranhas têm "mamas", "gandas mamas", "balões", "prateleiras", "mamas feias" ou na versão mais admirada "cum camandro! Como é que a mulher se equilibra?!". Neste caso, o sujeito A admira B mas não sente C como C, mas sim como B' - ou seja: um atributo de B mas que apenas a B pertence e que A pode olhar, admirar, comentar e até mesmo tocar. A distância temporal que A leva a transformar a B' de B em C depende da relação AB ou da taradice de um dos sujeitos. De salientar que a relação AB não obriga ao diminutivo, mas o mesmo está presente, como hipótese comunicativa. Na frase "Gosto das tuas mamas" A demonstra, através de um acto performativo, que gosta de facto das mamas de B e que pretende fazer algo quanto a isso, sem especificar a altura para o fazer. Na frase "Gosto das tuas maminhas" A demonstra não só gostar como ter à vontade com B e com C para o dizer.
É tão merecedor de injúria o descrente que diga "quero meter conversa com aquela senhora, pois a mesma apresenta umas belas maminhas" como o descrente que diz "maminhas é desprovido de sentido em qualquer situação da vida humana!". Mesmo que não gostem da palavra, acreditem que atingirão um grau de felicidade quando olharem para alguém e sentirem que, se quisessem, poderiam dar esse passo. É o eterno "Se eu quisesse, dizia-te das boas!" que governa este mundo.

Passemos agora à Esfera Prática de Maminhas ou Pilinha. A Amiga explicou esta teoria a alguém que, apesar de ter mamas, poderia facilmente ser candidata ao posto de sujeito B. No dia seguinte à conversa, a candidata falava no messenger ainda sobre o mesmo assunto e resolve proferir a seguinte frase:
- "mamas, maminhas?"
No segundo a seguir, colegas de trabalho perguntavam-me porque é que tinha caído da cadeira e porque é que tinha espirrado iogurte por toda a minha mesa. Ao partilhar esta conversa com o Amigo, o desgraçado resolveu repetir-me a frase sem a vírgula, perguntando-me apenas "mamas maminhas?" as vezes suficientes até a minha resposta ser apenas um suspiro e um olhar vago pela janela do carro.

Disse-vos no início deste texto que a Verdade do mundo, por vezes, se revela à frente dos nossos olhos e é nessas ocasiões que devemos saber olha-la e reconhecê-la. A Verdade, neste caso, era simples: por muito que eu quisesse transformar um par de mamas em algo superior, não estava de todo preparada para reagir a trocadilhos deste género, não de forma controlada, pelo menos.

A partir desse dia, deixei de beber iogurte, sumo ou água enquanto tinha conversas no MSN. E na vez seguinte que encontrei a candidata, só olhei para ela do pescoço para cima.

domingo, 26 de abril de 2009

Questão pertinente

A maminha e a pilinha pressupõem toda uma relação.
E sobre este assunto, debruçar-me-ei (salvo seja) num outro post.

Aforismos da Amiga

Tudo o que ocorre nesta vida tem uma razão por trás. Por isso mesmo há que olha-la com atenção e decidir: é gira ou não gira?

(se for gira, há que enfrentar a situação de frente. Mas lembrem-se que nem sempre uma boa razão é sinal de um bom raciocínio)

O Início

Tudo o que é texto em forma escrita tem uma palavra inicial. Todos os livros têm um primeiro capítulo, todas os capítulos têm uma primeira palavra e todas elas são pensadas exactamente com o intuito de darem início a algo maior do que elas: uma história. Mas o que inicia a história não é a primeira palavra mas sim um acontecimento, algo que surge sem ser na folha branca de um caderno ou de um documento word. Trata-se de algo espontâneo, que não se prevê ou espera, e que se apresenta simplesmente, despoletando uma situação.

No meu caso foi uma vodka maçã.

A Amiga é gay e tem muitos amigos (um especial, doravante denominado por Amigo). Foi na presença deste Amigo que a Amiga lhe revelou, numa noite, a imensidão de pensamentos que povoavam a sua mente. Assumida que estava, a Amiga entrou numa demanda épica para encontrar o amor (daquele que dura uma noite ou daquele que dura entre o "uma noite" e o "para sempre"). E, tal como todos os seres humanos, descobriu que esta é uma luta quase tão justa como usar um canhão para tentar matar um mosquito (a Amiga não lê Confucio, mas viu o "Armadilha" com a Catherine Zeta-Jones, que vai dar ao mesmo). Mas, tal como todos os seres humanos, a Amiga lá se divide entre o apontar o canhão à mosquitada ou ser ela própria mosquito. Pelo meio, vai vivendo peripécias, tendo encontros e desencontros, e brindando o mundo com alguns pensamentos. A Amiga pensa muito enquanto brinda.

O Amigo disse que a Amiga devia ter um blog para contar as suas aventuras e ela concordou. E assim surgiu esta Casa de Doidas (não é Confucio à mesma mas é um filme que bem dispõe). Agora a Amiga prefere a vodka laranja e tem um blog para partilhar uma parte da sua vida.

E continuará por aí à procura de novos capítulos da sua história, sempre com vista a descobrir qual será o final.