domingo, 7 de junho de 2009

Mensagens subliminares... até hoje

Ontem a Amiga lembrou-se que tinha um pedaço da sua sabedoria para partilhar com o mundo. Se o mundo merece? Com certeza. Se é sabedoria, de facto? Há sérias dúvidas mas, apesar de não ser a América, este também é um país livre. Além disso, desde que o Obama ganhou que toda a gente pode tudo. Por isso: posso fazer um post revelando músicas com mensagens subliminares lesbianas algumas das quais bastante puxadas? Sim, posso.

1- Começamos por uma música que pode ser mais poética mas a gayzice está lá na mesma - e não apenas lesbiana. Falo-vos da música "Imagina", do Chico Buarque:

"Sabe que o menino que passar debaixo do arco-íris vira moça, vira.
A menina que cruzar de volta o arco-íris rapidinho vira volta a ser rapaz.
A menina que passou no arco era o
Menino que passou no arco
E vai virar menina!
Imagina! Imagina! Imagina!"

A referência ao "arco-íris" onde um moço vira moça e uma moça vira moço, parece-me óbvia. O que me transpõe para toda uma outra questão: será que a cultura irlandesa nos tenta dizer que no fim do arco-íris, o pote de ouro é a homosexualidade? Serão os duendes gays? Claramente são: nenhum macho mitológico se veste todo de verde e fala cantando, enquanto dança e pula alegre. Mas, sendo os duendes irlandeses as gay as it gets, como é que isto influencia os duendes do Pai Natal? Tudo bem que vestem de vermelho, mas têm um sentido de arrumação, decoração e perfeição mais apurado que o "Queer Eye For the Straight Guy". Amigas, penso que é óbvio: podemos decretar o dia 25 de Dezembro como um feriado colorido.

2- A segunda música é conhecida de muitas de vós (se não for, shame on you*) e chama-se "Gatas Extraordinárias", na voz da Cássia Eller que é a maneira mais gira:

"Será que ela quererá, será que ela quer, será que meu sonho influi
Será que meu plano a bom, será que é no tom, será que ela se conclui
E as gatas extraordinárias que andam nos meios onde ela flui
Será que ela evolui? Será que ela evolui?"

A palavra "criatura" não deixa qualquer dúvida: há que pegar aquela criatura, o que permite que boa parte da música fale apenas nos gostos e no mundo dela - da criatura. Quantas de nós não falaram já em "criaturas"? Quantas de nós não foram já "criaturas"? E, tal como a Cássia, quantas de nós não andam a tentar pegar uma "criatura"?

3- E, finalmente, para apresentar aquela que me parece ser o melhor exemplo de uma mensagem subliminar lésbica precisamos de ir à música Popular Portuguesa e apresentar-vos "A Machadinha". O que tem esta música infantil, pura e cândida de mal, perguntam vocês? Oh pobres almas puras. Pobres, pobres almas puras!

"Ah Ah Ah Minha Machadinha!
Ah Ah Ah Minha Machadinha!
Quem te pôs a mão sabendo que és minha?"

É preciso prova mais evidente?! Quem te pôs a mão?! Em quantas relações humanas é que se põe a mão, assim, hein? MAIS! Em quantas relações humanas é que pôr a mão em alguém pode despontar o ciúme demonstrado no tom de ameaça com que a música se inicia? "Ah Ah Ah" mas não é um "Ah Ah Ah" de quem se ri de uma piada! É um "Ah Ah Ah" tu estás fod#*$!
Mas "A Machadinha" não se contenta apenas com o amor feminino, ela vai mais longe e remete para outra questão social: esta música conta a história de amor de duas mulheres, onde uma é louca e possessiva e manda a outra prostituir-se.

"Sabendo que és minha, também eu sou tua!
Sabendo que és minha, também eu sou tua!
Salta, Machadinha, p'ro meio da rua!"

(pausa para contemplação da letra)

Penso, sinceramente, que não é preciso comentar mais nada.

Um beijinho

* E nunca se esqueçam disto: Shame on you! Shane on me.

1 comentário:

GuestList Friend disse...

Aquilo era só a paga por ontem à noite... Isto é o comentário que me surgiu a seguir e que reflecte o que eu sinto pelo teu blog...

(com a voz do Mulder): Woman, get here and make me a post!!! =)

Saudosos tempos...